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Pirro 2018

Ontem bateu aquela depressão.

A nova pesquisa do Ibope confirmou as previsões de meses atrás que o PT se baseava para traçar seu plano. Conseguiu enfim transferir os votos de Lula para Haddad.


A “tática suicida” que todos ridicularizavam funcionou perfeitamente.


E depois de tanta confusão, tantas idas e vindas, terminamos na velha polarização direita x esquerda. Só que dessa vez conseguimos a façanha de empurrar para o segundo turno o pior que temos da esquerda, e o pior do que temos da direita.


Os Bolsonaros agora choram pitangas, repetindo o mantra “vai ser no primeiro turno” tal qual os petistas gritavam “não vai ter golpe” há 3 anos. Parecem seguir os preceitos de auto-ajuda que dizem que se você desejar algo com muita força, ele vai acontecer. Mesmo que para isso seja necessário fazer com que a matemática passe aceitar que 2 + 2 vire 6.


Os petistas comemoram que a primeira parte do plano vem funcionando perfeitamente: ir para o segundo turno com o candidato com a maior rejeição possível, o sonho de consumo de qualquer candidato opositor.


O PT estava morto. Haddad não conseguiu perder a reeleição para a prefeitura de São Paulo ainda no primeiro turno. O partido não conseguiu nenhuma prefeitura importante. Apenas um candidato poderia renascê-lo das cinzas. E quase como milagre, esse candidato surgiu do nada, e se materializou como seu principal opositor.


Bolsonaro entra no segundo turno com 40% dos votos e 42% de rejeição. Tem apenas 18% de eleitores para convencer a votar nele. Bem menos que os 30% de Haddad.


E o PT tem sua militância que fez a diferença em 2014. Venceu uma eleição perdida, defendendo uma presidente extremamente impopular no auge das denúncias sistêmicas de corrupção.


Por outro lado, segundo turno é outra eleição. Bolsonaro vem até agora se mostrando um fenômeno, conseguindo avançar sem apoio, sem dinheiro e com praticamente nenhum tempo de televisão. Com mais exposição pode relembrar ao eleitorado todo o estrago causado ao país pelo PT e seus partidos aliados. E a rejeição de Haddad pode até se igualar a sua.


A disputa deixa de ser em quem você quer como presidente, mas que você não quer de jeito nenhum. Os eleitores terão que escolher quem odeiam mais: Bolsonaro ou o PT.


As chances de cada um estão em algo muito próximo de 50%. É como jogar uma moeda pro alto. Impossível de se prever.


Certeza mesmo é que, independentemente do resultado, teremos um país que entra em 2019 ainda mais polarizado e irracional. Mais quatro anos de ódio e intolerância.


Uma reedição da vitória de Pirro.


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